(...) ...eu não percebo este amor que pensa e reflecte. O amor, a paixão, o desejo - todos parentes próximos de uma mesma família - não pensam muito, porque não existe uma lógica, uma norma a seguir, um "agora temos de ir ao cinema, jantar, teatro, exposição"... (...) Não tem de haver pressa! - dizem alguns. Não tem? Ai não, que não tem! O desejo não me parece ser algo tranquilo, é exactamente o contrário, é stressadinho, fuma cigarro atrás de cigarro - saia da frente que tenho pressa! -, o desejo buzina ao cair do semáforo verde, é taxista em hora de ponta... (...) Quando gosto de alguém, não quero saber se aquele ou o outro acredita nisso, não me interessa até perceber se ela própria acredita. O que me interessa mesmo é que eu saiba isso - e sei - é que eu acredite - e acredito - e que seja verdade - verdadinha.
Tenho pena de não ter sido eu a escrever isto... Podia ter sido.
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